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  • Por Sandra Regina, 27/11/2017

Alessandro Vive e Respira Esporte

A atividade física foi introduzida na vida de Alessandro Perez Claro Santana Mizuno em razão de ele ter apresentado, desde os primeiros meses de vida, forte hipotonia – relacionada à Síndrome de Down.

Após um período de trabalhos fisioterápicos (estimulação precoce) para melhorar o seu desenvolvimento motor – que apresentava um atraso significativo –, fomos orientados a buscar a natação, por volta dos 20 meses de idade. Esta atividade foi proposta para, além de estimular o desenvolvimento motor, melhorar o processo respiratório, dificuldade típica dos portadores da Síndrome de Down. Desde então, foram poucos os períodos em que ele ficou afastado desta atividade física.

O seu avô materno sempre esteve envolvido com a natação/o remo, tendo sido atleta amador do Flamengo, o seu time do coração; paixão que ele transmitiu para o neto com muito carinho – Alessandro é um flamenguista “doente”. Alessandro adora o futebol e acompanha todos os campeonatos brasileiros e do mundo (espanhol, alemão, italiano e, recentemente, o francês por conta do Neymar, no PSG). Aos sábados e domingos, a sua casa “respira” futebol, dando espaço somente para alguns minutos na piscina do Tio Sam ou na piscina do Condomínio.

Alessandro, em decorrência da hipotonia, só teve independência motora (começou a andar sozinho) a partir dos três anos de idade, quando conseguiu se locomover sem qualquer tipo de ajuda. A natação e a bola foram os objetos de estímulo para que ele alcançasse o seu desenvolvimento motor pleno, mas tínhamos consciência de que essa fase não havia chegado ao fim. O seu desenvolvimento cognitivo era ótimo, mas o motor precisava sempre de estímulos.

Outra atividade física que buscamos a partir de orientação dos profissionais que o atendiam foi a hipoterapia (equitação terapêutica) e não demorou muito para que o Alessandro progredisse participando, inclusive, de torneios de salto e adestramento, recebendo as suas primeiras medalhas.

Alessandro adora desafios. Adora competições. Não se intimida quando está em competições, sejam elas de atividade física/esportiva, sejam as relacionadas aos desafios do dia a dia. Ele diz que quer “tentar”, que quer experimentar (foi assim quando lhe apresentei o arvorismo e a tirolesa). Excelentes profissionais de Educação Física na fase escolar foram de extrema importância para ele, mas a atividade física que sempre o acompanhou foi a NATAÇÃO.

Começou acompanhado de um psicomotricista/fisioterapeuta na piscina do extinto Clube de Regatas, na Praia de Icaraí (aos 20 meses de idade); passou pela Academia de Agua Fisk da Lemos Cunha, em Icaraí onde residíamos; e, quando viemos morar em Camboinhas, em 2004, ele iniciou as suas atividades na piscina do Tio Sam. E só ficou afastado por um período maior quando estava no 3º ano do Ensino Médio (2013), em razão do grande volume de atividades pedagógicas.

Em 2014, deu início a uma atividade laborativa no Jornal “O Fluminense” (abril/2014 a março/2016), mas conseguimos conciliar a natação, o emprego e a atividade terapêutica. Foi um período rico em experiências, em vivências. Inesquecível para ele: criou muitos amigos inclusive. No Jornal, estar em contato com profissionais que cobriam as matérias de esporte foi um momento mágico para ele, que viveu a Copa do Mundo dentro da redação de um jornal.

Aliás, o ESPORTE é o que impulsiona a vida de Alessandro. Ele acompanha todos os programas esportivos televisivos, bem como os torneios e jogos de vôlei, futebol, natação, tênis. Durante a Copa e a Olimpíada, quando estava em casa, acompanhou todas as transmissões. A sua leitura diária é o caderno de esporte do jornal que assinamos. Recentemente, ele descobriu a dança (Zumba) como mais uma atividade física.

Alessandro VIVE e RESPIRA esporte.

Sandra Regina

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